terça-feira, 8 de dezembro de 2009

HOMENAGEM À GRANDE POETISA PORTUGUESA: FLORBELA ESPANCA


      FLORBELA ESPANCA

Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, bonita cidade do Alentejo, a 8 de Dezembro de 1894 e decidiu por término à sua vida, curta em duração, mas grande em produção literária, no ano de 1930, no dia do seu aniversário natalício.

A obra de Florbela é a expressão poética de um caso humano. Decerto para infelicidade da sua vida terrena, mas glória de seu nome e glória da poesia portuguesa. Florbela viveu a fundo esses estados quer de depressão, quer de exaltação, quer de concentração em si mesma, quer de dispersão em tudo, que na sua poesia atinge tão vibrante expressão. Mulheres com talento vocabular e métrico para talharem um soneto como quem talha um vestido; ou bordarem imagens como quem borda missanga. Florbela viveu tão a sério um caso tão excepcional e, ao mesmo tempo, tão significativamente humano e tão expressivamente feminino.

A sua vida de trinta e seis anos foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.
Autora de contos, artigos na imprensa, traduções, epístolas e um diário, Florbela Espanca antes de tudo foi poetisa. É à sua poesia, quase sempre em forma de soneto, que ela deve a fama e o reconhecimento. A temática abordada é principalmente amorosa. O que preocupava mais a autora era o amor e os ingredientes que romanticamente lhe são inerentes: solidão, tristeza, saudade, sedução, desejo e morte. A sua obra abrange também poemas de sentido patriótico, inclusive alguns em que é visível o seu patriotismo local: o soneto “No meu Alentejo” é uma glorificação da terra natal da autora.

A obra da Florbela estimulou um movimento de emancipação literária da mulher, exprimindo nos seus acentos mais patéticos a imensa frustração feminina das opressivas tradições patriarcais.
A interlocução com o universo masculino e o exercício permanente do amor imprimem a tal obra uma continuada verrumagem acerca da condição feminina, que vasculha os ritos sociais, os jogos de sedução, os interditos, os privilégios - a maldição. Nessa rota, assenhorando-se do estatuto tradicional da mulher para pô-lo em causa, Florbela acaba retirando dele um corolário que o torna ativo, visto que redimensionado em bem literário.


E eis que o infortúnio, tomado na acepção de prerrogativa feminina, se converte, por seu turno, numa estética em que a dor é a matéria-prima, capaz de criar, apurar e transfigurar o mundo - única e verdadeira senda de conhecimento reservada à mulher.
Florbela consegue, através dos seus poemas, o prodígio de transmutar a histórica inatividade social da mulher em genuína força produtiva. Apenas um dos seus muitos dons.

LIVRO DAS MÁGOAS (1919):
SONETO - A minha tragédia

Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que minh'alma é perseguida
Por um carrasco cheio de maldade!


Ó minha vã, inútil mocidade,
Trazes-me embriagada, entontecida!...
Duns beijos que me deste noutra vida,
Trago em meus lábios roxos, a saudade!...


Eu não gosto do sol, eu tenho medo
Que me leiam nos olhos o segredo
De não amar ninguém, de ser assim!


Gosto da Noite imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...
                    (Florbela Espanca)

SONETO - Amar

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!


Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
                    (Floberla Espanca)

LIVRO DE SÓROR SAUDADE (1923):

SONETO - Inconstância

Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!


Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!


Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...


E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
                         (Florbela Espanca)

LIVRO CHARNECA EM FLOR (1930):

SONETO - Ser poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!


É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!


É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!


E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
              (Florbela Espanca)



“Florbela é a flor maior da poesia romântica,
é o sofrimento em versos de um soneto
é o amanhecer mais belo de um encanto
é aquela que se perdeu pra se encontrar.”

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O DESAFIO DOS SÁBIOS



A população de idosos é a que mais cresce em todo o mundo, decorrente de significativas quedas das taxas de mortalidade e fecundidade. No entanto, em alguns países, como no Brasil, essa faixa etária ainda não tem recebido a atenção merecida, chegando a ser tratada de forma discriminada e preconceituosa. Diante disso, na tentativa de dar proteção aos idosos, diversas leis têm sido aprovadas.
A Constituição Federal Brasileira registra que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar os idosos, assegurando não somente a vida, mas a sua participação na comunidade, seu bem-estar e sua dignidade como pessoa humana. Valor absoluto que serve de base para consolidação de um Estado Democrático. Mas o que significaria ter condições de dignidade? É o grau de respeitabilidade que um ser humano merece, diferente de caridade, solidariedade e assistência que trazem em si um conteúdo pejorativo de hipossuficiência. Portanto, a colaboração para uma melhor qualidade de vida para aqueles indivíduos com idade avançada, tende a ser uma forma de compreensão da dignidade como nascimento para uma probabilidade de vida mais longa, na perspectiva do futuro que aguarda a todos. O Estatuto do Idoso destaca-se pelos direitos sociais garantidos e apregoados. Contudo, estes somente serão assegurados se a sociedade assumir a responsabilidade de permitir o resgate da cidadania daqueles que muito contribuíram para o nosso país.
A sociedade necessita de uma grande mudança cultural, na qual a educação exerça papel fundamental para extirpar os preconceitos. A carência de uma nova mentalidade exige não apenas aquisição de conhecimentos,mas também, principalmente, mudanças de concepções e desenvolvimento de habilidades para aplicá-las. Trata-se de informação e capacitação, que levem a concretizar os direitos humanos, promover o entendimento e a tolerância e possibilitar ao idoso transitar livremente como cidadão.
O idoso tem o direito de participar e de usufruir de tudo que a sociedade tem conquistado. Através de políticas educacionais, é possível não somente conseguir espaços para eles, como também ensinar futuras gerações a respeitar e valorizar os saberes das diferentes etapas da vida.
A humanização deve ser o princípio básico nos ambientes em que a população se encontra, permitindo aos indivíduos de faixa etária avançada, compartilhar de suas emoções e angústias. Ajudando-as a ultrapassar o limite dessa fase da vida e contribuir para que elas tenham um envelhecimento saudável e digno.

                  PRECISAMOS VALORIZAR OS NOSSOS IDOSOS!!!



sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O poder do perdão


FAZER AS PAZES COM QUEM NOS MAGOOU E COM NÓS MESMOS É O SEGREDO PARA O EQUILÍBRIO INTERIOR
Quando surgiu esse tema em minha mente, pensei: E se eu fizesse sobre "O valor da vingança"? Eu me lembraria de mais exemplos...
Como canta Elton John, o perdão parece ser um dos conceitos mais difíceis de se pôr em prática. Além disso, é uma palavra mal-entendida.
Muitas vezes não perdoamos porque acreditamos que o perdão  contribui para a injustiça. Quem causa danos não merecem perdão, pensamos. Se perdoarmos, voltarão nos ferir, vão se aproveitar da "nossa nobreza". Às vezes, o desgosto com os prejuízos e as ofensas não se reduz nem com o passar do tempo. Podemos ficar enfurecidos com nossos pais pelos erros cometidos durante a nossa infância, com quem já abusou da nossa boa fé. com aquela tia que nos chamou de "gorda" (ou assim deu a entender). NÃO PERDOAMOS NINGUÉM. NEM SEQUER A NÓS MESMOS. Guardamos a ferida dentro da alma como um tesouro precioso, para tirá-la da memória de vez em quando e fitá-la, absortos, como se fosse um álbum de fotografias, uma jóia na vitrine. Nesse momento, passamos outra vez pela mente o filme triste do episódio imperdoável e o revivemos. O desgosto com o passado se alimenta de grandes porções do presente. Eis aí o rancor.
Mas, na verdade, por que valeria a pena perdoar? Só uma questão religiosa, por puro altruísmo? Em um mundo tão absolutamente cruel em tantas ocasiões, há alguma questão que seja impossível de desculpar?
Os problemas não solucionados são como aviões que voam dias e semanas sem parar e sem pousar, consumindo recursos que podem ser necessários em caso de emergência. Os aviões do rancor se convertem em fonte de estresse. Perdoar é a tranquilidade que se sente quando os aviões pousam. Perdão não é aceitar a crueldade, esquecer que algo doloroso aconteceu nem aceitar o mau comportamento. Ao perdoar,admitimos que nada se pode fazer pelo passado e, isso permite que nos libertemos dele. Perdoar ajuda os aviões a pousar para que sejam feitos os ajustes necessários. Mas e, se a agressão tiver sido grave demais? Li uma repotagem sobre Kim Phuc e me suspreendi com a lição.
Era 8 de novembro de 1972, durante a guerra do Vietnã. A família Kim Phuc tentou proteger-se num templo próximo quando ouviu o barulho dos aviões americanos. Mas o refúgio não foi suficiente contra as bombas de napalm que caíam do céu e, tudo explodiu em chamas. Nick Ut, correspondente da agência de notícias Associated Press, tirou nesse momento a foto tristemente famosa que percorreu o mundo todo. Ali estava Kim, aos 9 anos, nua e em prantos, com grande parte do corpo coberta de queimaduras de 3º grau. Apesar disso, a menina sobreviveu. Passou por 17 cirurgias e, depois de ser usada durante anos como símbolo de resistência do seu país, pediu asilo no Canadá. Mas o notável de sua história é que Kim perdoou o capitão John  Plummer, oficial que ordenou o bombardeio de sua aldeia. Kim conta à jornalista Ima Sanchís que, ao encontrar-se com o militar num evento, não o esbofeteou; preferiu abraçá-lo: "A guerra faz com que todos sejamos vítimas. Eu, quando menina, fui vítima, mas ele, que fazia seu trabalho de soldado, também foi. Tenho dores físicas, mas ele tem dores emocionais, que são piores do que as minhas." Mas qual o segredo de agir com tanta integridade? O perdão é um dos ingredientes necessários.
Sem o perdão não podemos crescer nem ficar mais fortes com a adversidade. Também não conseguimos ser mais flexíveis. Algumas pessoas "cozinham" a dor em fogo brando para mostrar ao mundo como foram maltratadas e, não querem perceber que assim se prejudicam. Ao mundo, não interessa à dor antiga, só o que somos capazes de fazer e dar agora. Quando nos apegamos à dor antiga, a autocomiseração embota a capacidade de dar e, quando assumimos o papel de mártires, ficamos à espera de que alguém resolva milagrosamente a nossa vida.
O perdão nos ajuda a reconhecer que somos frágeis e que não precisamos esconder essa fragilidade. Quando nos tornamos conscientes dos nossos limites, evitamos que a experiência se repita. Além da saúde espiritual, existem várias provas de que deixar para trás a hostilidade protege a saúde física. E não é uma metáfora nem "modo de dizer". Estudos comprovam que quanto maior a capacidade de perdoar, menos problemas nas artérias coronárias e sistema imunológico.
Os benefíios do perdão (tanto os que protegem o corpo quanto os que aliviam e limpam a alma) não se aplicam só aos outros, mas também a nós mesmos, quando, apesar do erros e culpas, somos capazes de nos perdoar e deixar de nos sentir merecedores de castigo. Perdoar não é esquecer nem persistir no erro. É começar de novo, com a experiência adquirida, sem os rancores a sobrevoar e confundir as possibiladades do presente.
Assim como o amor, o perdão não é algo que se "dê" ao outro, mas um presente vital que damos a nós mesmos. 

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Cruzem os dedos!!!

Tenho refletido muito esses dias sobre a minha vida...sobre as coisas que têm ocorrido... sobre os meus sonhos e o que tenho feito para realizá-los...e veio em minha mente a palavra PERSEVERANÇA e consequentemente várias perguntas... o que se entende por perseverança? É possível distinguir a tenacidade da obstinação?


Perseverança para mim é a firmeza ou constância num sentimento, numa resolução, num trabalho, apesar das dificuldades e dos incômodos. É a virtude que contribui para o êxito na vida humana. . Conta-se que Goethe ruminou durante trinta anos a concepção do Fausto. Nesse período, a obra foi germinando, criando raízes para, finalmente, vir à luz. Assim, é forçoso que não percamos o nosso bom humor se aquilo que almejamos não está se tornando real. Para tanto, há diversas frases de consolo e estímulo: "Deus está com os que perseveram"; "Não interessa o que se trata de levar a termo: o que importa é perseverar até o fim"; "Somos precipitados, quando dizemos que a natureza nos negou isso ou aquilo. Um pouco mais de constância, e o resultado será oposto"; "Todas as estradas da vida têm os seus espinhos. Se entrares numa delas, prossegue, porque retroceder é covardia"; "Poucas são as coisas por si próprias impossíveis; e o que freqüentemente nos falta não são os meios para obtê-las, é a constância".

Mas quais são os obstáculos à perseverança? Na minha concepção em primeiro lugar seria a ROTINA... uma ruptura do automatismo, por insignificante que seja, abre um caminho. Liberta o pensamento... Importa detectar os automatismos que alimentam a nossa inércia. Em segundo lugar posicionaria o DESÂNIMO...a grande arma  “das trevas”, porque ela quebra a faculdade mestra, que é a chave do homem, ou seja, a vontade. A preguiça moral, o gosto da comodidade e a instabilidade do humor são outros tantos fatores do desânimo. E a terceira posição? Hum...acho que seria o MEDO DA MUDANÇA...todo esforço desacostumado é penoso e por isso dá nascimento a uma idéia de incapacidade de avançar. Após muitos automatismos guardados em nosso subconsciente, ficamos paralisados e não nos pomos em marcha para o novo, para o que possa nos trazer algum progresso. E a tenacidade? E a obstinação? O que significaria uma pessoa ser obstinada? Bom...penso que a diferença entre a tenacidade e obstinação é que esta última não sabe adaptar-se à realidade. Aos obstinados falta a flexibilidade, elemento de suma importância para a realização de todos os empreendimentos humanos. Um exemplo pode esclarecer este ponto: desejamos ir, em linha reta, de A para B e no meio do caminho encontramos um muro. Os tenazes param, olham, contornam o muro e dão continuidade à sua trajetória. Já os obstinados batem com a cabeça no muro, pois não tiveram a flexibilidade de mudar o caminho, contornar o problema e a dificuldade.

Nossa Talita como está filosófica...ah sei lá...não sei se está certo essa linha de pensamento... mas é o que penso agora...pode ser que amanhã seja diferente...Bom, esses dias tenho pensado demais...acho que é porque está chegando um dia muito importante para mim...uma batalha a ser vencida, ou melhor, uma prova a ser resolvida...Domingo será o dia!!!Mas estou perseverante!!!Tenho fé que tudo vai dá certo!!!

Que Deus me ilumine e afaste o desânimo e o medo de mudar!!!

Cruzem os dedos!!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

SAUDADE DA MINHA INFÂNCIA!!!



                               ...Um sonho...
O sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância.Um tempo marcado pelo encantamento da atmosfera onírica que rege a primeira e mais importante fase de nossas vidas. Uma época singular, rica, pessoal e intransferível. Período que representa uma galáxia em meio a todos os outros milhões de sistemas estelares produzidos pela fértil imaginação infantil. Imaginação livre de preconceitos, de negativismos e de limitações. A pureza, a ousadia e o espírito quase selvagem dos primeiros anos nos marcam de forma indelével por toda a existência...
É como se esse período fosse comandado pelo ritmo de um relógio cujos ponteiros marcam só diversão e alegria...
Um tempo cujo cheiro, gosto, cor e som continuamos perseguindo, de forma consciente ou inconsciente, por toda a vida.








SAUDADES DA MINHA INFÂNCIA!!!




segunda-feira, 2 de novembro de 2009


"Posso ter defeitos,viver ancioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si,mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito de sua alma. É agradecer a DEUS a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um NÃO. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas...um dia vou construir um castelo."
      
                 (Fernando Pessoa)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Salvar o planeta ainda é uma tarefa possível?


Com o avanço acelerado da globalização liberal, a degradação contínua dos recursos naturais, representada pelo esquema de consumo e produção não viável, intensificou-se - principalmente nos países indutrializados - o que é extremamente preocupante na medida que agrava a pobreza e os desequílibrios. Aciona-se a sirene de alarme: o aquecimento climático, a escassez de água, a devastação de florestas e a extinção de espécies vivas. Sobre essas mudanças climáticas e a biodiversidade, torna-se necessário um plano decisivo para generalizar o desenvolvimento sustentável.
O que significaria o desenvolvimento ser sustentável? Este se baseia numa ideia de sustentabilidade, desde que gerações futuras herdem um meio ambiente, cuja qualidade seja ao menos igual à daquele que receberam as gerações precedentes. Esse desenvolvimento pressupõe a aplicação de três princípios: da precaução, que incentiva a abordagem preventiva ao invés de restauradora; da solidariedade entre as gerações atuais e futuras e o da participação de todos os atores sociais nos mecanismos de decisão.
Durante a última década, de acordo com pesquisa feita pela Greenpeace, a emissão de gás carbônico, principal causa do aquecimento climático, aumentou 9%. Nos Estdos Unidos, o maior poluidor do planeta, o aumento foi de 18% durante o mesmo período.Contudo, as florestas continuam sendo devastadas, ou seja, desaparecem árvores que absorvem os excedentes de CO2, logo, agrava-se o efeito estufa e eleva-se as temperaturas climáticas, o que paira uma ameaça de extinção maciça das espécies.
Para salvar o planeta, é primordial que todos os países, essencialmente os "poderosos", do mundo, aprovem e cumprem pelo menos cinco decisões cruciais: um programa internacional em favor das energias renováveis; compromisso em defesa do acesso à água e de seu tratamento, com objetivo de reduzir o número de pessoas privadas desse recurso vital, que é um bem comum da humanidade; elaboração de medidas para proteger as florestas, tal como previsto na Convenção sobre a Biodiversidade, aprovada no Rio de Janeiro em 1992 (ECO-92); implantação de resoluções para a criação de uma instância jurídica que institua a responsabilidade ambiental das empresas e reafirme o princípio da precaução como premissa para qualquer atividade comercial e, finalmente, iniciativas para que as normas da Organização Munidial do Comércio (OMC) sejam subordinadas aos princípios das Nações Unidas sobre a proteção dos ecossistemas e às normas da Organização Internacional de Trabalho.
Ao destruírem o mundo natural, os homens tornam a Terra um lugar menos habitável. Portanto, devemos tentar inverter as tendências que possam levar, de forma inevitável, a uma catástrofe ecológica total. Trata-se de um desafio importante, pois o próprio gênero humano está ameaçado.






VAMOS TENTAR ALGO ANTES QUE SEJA TARDE PARA SALVARMOS O PLANETA!

sábado, 24 de outubro de 2009

No Brasil, o vestibular é justo?


Alguns países democratizaram o ensino médio há cerca de 100 anos e, aos poucos fizeram o mesmo com o ensino superior. Os Estados Unidos, o Canadá e a Coréia do Sul levam em média 80% de sua população à universidade, logo, conclui-se, que nesses Estados, o vestibular não é excludente, pois tem o papel de localizar o estudante na universidade que melhor desenvolveria suas habilidades.
A sociedade ameicana trilhou, nessa área, um caminho que vale a pena estudar: não só construiu as melhores instituições de ensino superior do mundo, mas também as que abrigam um número espantoso de alunos, que lá aprendem e produzem conhecimento de ponta. Não é exatamente preciso que esse modelo seja exportado e copiado, em todas as nações "deficientes" e, sim, constatar os efeitos positivos desse sistema para a sociedade global.
No entanto, é bom considerar a pluralidade - nem todo estudante americano frequenta as chamadas Ivy Leagues, onde só estuda a elite intelectual, egressa de qualquer estrato social, identificada através de um exame nacional seriado, que acontece ao longo do ensino médio. Mas não é por isso que um conjunto grande de alunos não terá um lugar no ensino superior. Há uma multiplicidade de tipos de universidade que formam de médicos a tratoristas, passando por pedreiros, encanadores, esteticistas, motoristas de táxi, nos frequentados Community Colleges, onde, aliás, estão 50% dos universitários americanos. É claro que há outros valores noutras nações e culturas e, nesse ponto, entram as adaptações e a criatividade de cada povo. Mas qual é a função do vestibular nesse sistema? Introduzir o aluno numa universidade, para que seus talentos sejam desenvolvidos e aproveitados socialmente, porque o Estado disponibiliza vagas para a maioria e o exame segue as regras desse jogo.
Exemplo não presente no Brasil, um dos países mais excludentes do mundo, onde a injustiça se sobrepõe ao frágil sistema educacional, cujos modelos disponibilzam um número ínfimo de vagas e baseiam-se em grade curricular, carga horária e didática, de modo a formar dois grupos de profissionais - o mais capaz e o menos - mais tarde um número significativo de desempregados.
Nosso vestibular é frequentemente acusado de injusto e excludente, o que é fato. Consideramo-lo a ponta do "iceberg" de nossa lógica política. Diante disso, é necessário, sobretudo, encarar as disparidades e as contradições e implementar iniciativas promovedoras de mudanças gerenciais, no sistema educacional, em geral, como: democratizar a qualidade do ensino fundamental; quebrar a lógica da reprovação; incluir a pluralidade com suas necessidades especiais; capacitar os professores e valorizá-los, para que se sintam parte de um projeto social; repensar o ensino médio, a fim de prepará-lo para adversidade que o alcançará; flexibilizar o acesso à graduação e  priorizar o essencial e descartar o desnecessário. Façamos da nossa desmedida injustiça, um impulso para buscar novos caminhos, orientados por outra bússola: a da maioria.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Que tal uma pausa para aprender?


Tem época na vida da gente que parece que os encontros ''amorosos'' são mais uma provocação do que uma oportunidade de se sentir satisfeito e feliz... Assim, vamos contabilizando decepções e desacreditando na possibilidade de viver uma experiência positiva e motivadora.

Quando isso acontece, creio que o melhor seja parar. Uma pausa para aprender. Perceber o que está acontecendo...quais são nossos verdadeiros desejos e quais têm sido nossas atitudes para torná-los concretos.
Muitas vezes, fazendo uma análise mais justa e desapegada, sem assumir nenhum papel, nem o de vítima das armadilhas da vida, nem da sacanagem dos outros e nem o de culpado, como se tudo o que fizéssemos estivesse definitivamente errado, terminamos descobrindo que há alguma incoerência nisso tudo.
Só que para isso precisamos de tempo... e principalmente de coragem para admitir limitações, assumir pensamentos negativos e confiar mais na sabedoria da vida e seu ritmo. O que acontece, no entanto, é que a maioria de nós não quer esperar, não quer refletir. Tem apenas um único pensamento que alimentamos o tempo todo: quero namorar, quero ter alguém!!!

Será que estar com alguém é o mesmo que estar feliz? Pode ser que sim, mas pode ser que não... e se por qualquer motivo você não tem ficado com quem deseja, talvez seja o momento ideal para um intervalo, tão útil entre uma decepção e outra...
Tempo de se observar, de observar as pessoas e ouvir o que elas dizem. Tempo de aprender, crescer, ter uma nova conduta, desenvolver uma nova postura. Aguardar até que a vida lhe mostre qual é o melhor caminho a seguir... mas para ver, você precisa estar atento... sem tanta ansiedade, sem tanto desespero para tentar fazer com que as coisas aconteçam do jeito e na hora que você quer...
E se nenhuma resposta vier, talvez signifique que você precisa ver e ouvir com o coração. Respeitar o silêncio. Aceitar a ausência de quem você tanto deseja encontrar... Talvez não haja uma resposta e nem haja uma explicação.
Às vezes, simplesmente não existem respostas nem explicação. Apenas a vida. Apenas as pessoas. Apenas o mundo. Apenas a dor e o amor. Apenas...
E se insistirmos em não aceitar, em brigar, em nos rebelar, em nos revoltar... conseguiremos tão somente mais dor... e menos amor. Aceite que você não tem o controle, que você não pode decidir sozinho, que o universo tem seu próprio ritmo. Faça o que está ao seu alcance; faça a sua parte... e bem feito; da melhor maneira que puder...
E o que não puder, entregue e espere... porque embora diga sabiamente a música "quem sabe faz a hora, não espera acontecer", tem ocasiões nesta vida em que quem sabe espera acontecer e respeita a hora de não fazer... até que um dia, o amor de repente acontece... porque seu coração estava exatamente onde deveria estar para ser encontrado!

domingo, 18 de outubro de 2009

Depois de uma grande decepção, a verdade parece deixar de existir. A memória traz à mente os momentos mais felizes, que agora são vistos com olhos traídos.


Sou humana, mas gostaria de ser como máquina, que tivesse como desligar a função do sentimento e da decepção.

A decepção dói,  porque destrói toda uma estrutura que construímos em torno de um sentimento. Como todo sentimento forte, ela também se reflete em nosso espírito. É preciso autocontrole para refletir e certa frieza para planejar e criar um novo projeto para substituir o que foi destruído pela decepção.

Geralmente, ela é mais forte quando nos atinge naquilo que mais confiamos. Mas o que tenho a dizer sobre o resultado? Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito. Confiar nos propósitos de DEUS é essencial, manter a boa conduta também. Não posso devolver uma agressão com outra pior.

A decepção vai passar, mas a lembrança fica.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

EU ADORO VOAR!!!



"Já escondi um AMOR com medo de
perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade… Já tive medo do escuro, hoje no escuro “me acho, me agacho, fico ali”.
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de “amigo” e descobri que não eram… Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

(Clarice Lispector)